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quarta-feira, 6 de abril de 2011

IFRS Aumenta custo com publicações das demonstrações (I)

Em 2010, foram oito páginas de demonstrações financeiras publicadas no Diário Oficial do Estado de São Paulo e outras quatro e meia veiculadas no jornal paulista Diário do Comércio referentes ao exercício 2009. Este ano, o espaço ocupado pelo balanço da Duratex dobrou nos dois jornais: 16,5 e 9 páginas, respectivamente. Os custos de veiculação do material subiram 117%, para R$ 495 mil. Por trás da mudança de patamar dos gastos está uma novidade chamada International Financial Reporting Standards (IFRS). O padrão internacional de contabilidade, traduzido no Brasil pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e regulamentado pela CVM, passou a ser adotado integralmente a partir dos balanços encerrados em 2010. Gerou documentos mais robustos quando se trata de prestar informações e justificar a mensuração de ativos e passivos. Mas também mais extensos e caros na hora de publicá-los na imprensa.

Na Duratex, dois itens em especial consumiram mais tinta e papel. Para fabricar pisos laminados de madeira, uma de suas principais linhas de negócio, a companhia mantém florestas. Classificadas como ativos biológicos, as plantações de pinheiros e eucaliptos passaram a ser contabilizadas por seu valor justo no momento da colheita descontado do custo de produção, como manda o pronunciamento CPC 29, e não mais simplesmente pelo custo. A companhia teve de apresentar todos os critérios e premissas adotados no novo método de calcular o valor das florestas, inchando a seção de “notas explicativas”. A incorporação da Duratex pela Satipel (que passou a levar o nome da primeira), feita em 2009, também exigiu explicações detalhadas sobre o valor justo de todos os ativos adquiridos e sobre o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (o chamado goodwill).

Outra que dobrou as despesas com publicidade legal foi a Eucatex, do mesmo setor de atuação da Duratex. Seu balanço saiu da média de duas páginas de jornal até o exercício 2009 para quatro, no último ano. Na Luz Publicidade, a maior agência do ramo, a projeção é de que os balanços relativos a 2010 preencham, em média, 20% mais espaço nos jornais. O mesmo percentual é previsto pela agência Pefran.

Previsões à parte, o incremento da extensão dos balanços é evidente. No dia 29 de março, o jornal Valor Econômico, um dos mais usados pelas companhias abertas para a divulgação de demonstrações financeiras, circulou com uma edição de 316 páginas, das quais 274 eram de publicidade. Essa foi a maior edição já publicada pelo veículo.
A marca anterior era de um total de 284 páginas, de fevereiro do ano passado. “Esse recorde deve-se exclusivamente à publicação dos balanços e ao aumento de suas páginas em função dos IFRS”, confirma Andréa Flores da Silva, diretora de publicidade legal e mercado de capitais do Valor.

Fonte: Capital Aberto in Blogabilidade

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