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sexta-feira, 25 de março de 2011

Você conhece o índice batom?

O Índice Batom é um conceito criado por Leonard Lauder, chairman da Estée Lauder, um gigante no setor de cosméticos. Em 2001 ele verificou que, apesar da crise que os EUA passavam e da sociedade bastante devastada com o episódio das Torres Gêmeas, a venda de batons de sua empresa haviam crescido em comparação com os anos anteriores. Ele concluiu, então, que o batom está diretamente ligado à crise. Ou seja, quanto maior a crise, maior a venda de batons.

A explicação para toda esta teoria se dá porque o batom é um item relativamente barato (especialmente em comparação ao restante da prateleira de cosméticos e maquiagens), e só o ato de comprar um simples batom já traz um momento de felicidade ímpar. As consumidoras estão em busca de prazeres mais “pagáveis”, onde um simples batom pode não pesar no orçamento mensal e trazer menos impactos no final do mês.

Esta teoria é bastante contraditória porque as vendas de batons também crescem em períodos de prosperidade, mas não deixa de ser bastante interessante. As vendas podem ter ou não relação com a situação financeira mundial, mas este pequeno item não parece sofrer com a recessão, ao contrário de outros itens considerados “supérfluos”.

As vendas de vestuário estão oscilando bastante e as grandes marcas têm feito malabarismos para manter o nível de faturamento. Tira daqui, coloca ali e tudo se encaixa. Os investimentos em desfiles foram substituídos por novos materiais e os contratos de grandes personalidades para as propagandas foram revistos em busca de redução de custos. Isso para ficar em poucos exemplos.

Sim, podem falar e pensar o que quiserem. “As mulheres se contentam em somente comprar, não importa o quê” ou “como as mulheres podem pensar em batom com o desemprego batendo à sua porta?” são opiniões comuns. Atire a primeira pedra quem não pensou dessa forma.

O fato é que a indústria de cosméticos vem crescendo em um ritmo bastante animador. A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) anunciou que este setor deve ter suas vagas de empregos aumentadas em 4%. Muito diferente do que está acontecendo com o restante do mercado.

Sim, as mulheres gostam de comprar, especialmente produtos que as fazem se sentir mais bonitas e seguras. Porém, como elas também são responsáveis pelo orçamento doméstico, as compras têm sido feitas com maior responsabilidade. O ideal é saber até onde se pode chegar. Falamos muito sobre este assunto no Dinheirama e não custa repetir.

Não só em situações como a que estamos passando hoje, onde as empresas anunciam cortes e congelamento de futuras contratações, o correto é sempre pensar duas vezes antes de adquirir algum bem extra - e de necessidade “duvidosa” - e sempre pagar à vista. Controle seus gastos com uma planilha.

Por outro lado, se todos pararem de consumir, a economia vai estagnar. As empresas produzirão menos, contratarão menos e cobrarão mais caro. As notícias dos grandes jornais brasileiros desta semana se baseiam no que o governo decidiu sobre a taxa de juros. Analistas esperam que, com o corte de 1,5% na taxa Selic, as empresas destinem seu dinheiro à produção e a população possa adquirir crédito mais barato a fim de pagar dívidas ou adquirir um imóvel, por exemplo.

Concluindo, o batom pode dizer muito mais do que uma cor. A grande verdade é que ele não passa de um objeto que se tornou simples símbolo de reação à crise. Já ouviram falar do Índice Big Mac? O Índice Big Mac compara o grau de valorização de uma moeda estrangeira perante o dólar. Já que o Big Mac é um produto conhecido mundialmente e sua produção e margem são similares em todos os países, nada mais fácil do que comparar as moedas com base em um produto único. Portanto, homens, não coloquem a culpa em suas mulheres por existir o Índice Batom.


Fonte: Mariana Prates in Dinheirama

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